28.8.07

A Negação do Nome


Já perdi a conta das vezes que te pedi
para não me dizeres o teu nome.
Simplesmente não o quero saber
e esse é o meu maior receio.
Não me digas o teu nome!
Se tu mo dissesses, quando estamos juntos
seria uma marca que nunca mais te poderia tirar,
a mim basta-me ver, ouvir, cheirar-te
porque assim te desbravo a cada novo toque
a cada novo beijo que te deposito nos lábios
a cada novo contacto mental que mantemos.
Não me digas o teu nome!
Se soubesse que palavra te define
seria como te conhecesse totalmente
quando és para mim uma constante novidade.
A metamorfose que os meus sentidos contigo experimentam
nenhum nome consegue fornecer.
Quem me dera nunca cair na rotina do tratamento formal!
Enquanto exaltamos a informalidade do nosso amor
nascemos um para o outro em cada desabrochar matinal de uma rosa
e morremos no infinito pôr-do-sol, para logo de seguida renascer.
Nenhum nome me dá isso, me faz sentir isso.
De que me vale saber o que os outros te chamam
se pelo toque dos nossos lábios, pela união dos nossos corpos
eu não soubesse deveras quem tu és?
Jamais me digas o teu nome!


F.S.

1 comentário:

joana simões disse...

precisas que volte a comentar este poema? lol
acho que não... sabes o que penso!

beijo*