31.8.07

Trono


Do alto do seu trono
Comanda toda a minha vida
Não me causa qualquer transtorno
Pelo contrário, cura-me a ferida.
Com voz leve e suave
Guia-me pelo escuro
Peço-lhe que a minha alma lave
E me torne no ser mais puro.

Com gestos determinados
Liberta a vontade reprimida
E olhando por todos os lados
Concluo: é a minha vida!

F.S.

28.8.07

A Negação do Nome


Já perdi a conta das vezes que te pedi
para não me dizeres o teu nome.
Simplesmente não o quero saber
e esse é o meu maior receio.
Não me digas o teu nome!
Se tu mo dissesses, quando estamos juntos
seria uma marca que nunca mais te poderia tirar,
a mim basta-me ver, ouvir, cheirar-te
porque assim te desbravo a cada novo toque
a cada novo beijo que te deposito nos lábios
a cada novo contacto mental que mantemos.
Não me digas o teu nome!
Se soubesse que palavra te define
seria como te conhecesse totalmente
quando és para mim uma constante novidade.
A metamorfose que os meus sentidos contigo experimentam
nenhum nome consegue fornecer.
Quem me dera nunca cair na rotina do tratamento formal!
Enquanto exaltamos a informalidade do nosso amor
nascemos um para o outro em cada desabrochar matinal de uma rosa
e morremos no infinito pôr-do-sol, para logo de seguida renascer.
Nenhum nome me dá isso, me faz sentir isso.
De que me vale saber o que os outros te chamam
se pelo toque dos nossos lábios, pela união dos nossos corpos
eu não soubesse deveras quem tu és?
Jamais me digas o teu nome!


F.S.

27.8.07

Gente sem nada para escrever


Não sei o que escrever, insisto em dizê-lo. As minhas mãos estão mergulhadas na maior das preguiças, daquelas que nos inundam de manhã, bem cedo, quando estamos acordados mas com o subconsciente ensonado, desejoso de continuar a sentir o calor que emana dos lençóis, reconfortantes e acolhedores. Digo-te novamente: não sei o que escrever. A tua insistência e perseverança de nada valem quando assim é. A minha mão, não mais do que o prolongamento da minha mente, teima em não se mexer. Até é possível que seja a minha própria mente a não querê-lo, vá-se lá saber o que se passa dentro da nossa massa cinzenta, só sei que nada sai no papel. Se é falta de motivação ou da transcendente inspiração divina que tu dizes que eu tenho, não faço a mínima ideia.
Dizes-me, quando fico triste:
- Esquece, há-de voltar a sair magia da tua mão, não tarda.
Mentes, quando dizes isso, porém, amparas-me o coração, da mesma maneira que amparas a minha vida, todos os dias, enquanto exaltas e exercitas o teu carpe diem, numa invocação plena aos prazeres da vida. Quem me dera ser como tu!
Parece que te ouço, num suave murmúrio:
- Mas ao escreveres isso estás a contradizer-te! Como não podes ter nada para escrever se escrever é o que já estás a fazer?
E eu, cabisbaixo, a responder-te que tudo o que agora me sai são resquícios do que outrora escrevi, do que outrora imaginei, realizei e criei, não se aparenta sequer com a minha escrita, a minha vida.
Repito: não sei o que escrever!
F.S.

Guardar !

Guardo então, este tempo de vida,
num poema numa folha em branco,
resumindo uma língua tão esquecida,
neste fado, tão negro, sem encanto !

Defendo a cultura do meu país,
guardo imagens de tanta história,
alimento a minha escrita que feliz,
se comtempla numa rima, ilusória !

E descubro o além da minha alma,
navegando nesse mar de sensações,
e quando o meu corpo pede calma,
Escrevo tudo dando uso às reflexões !


poema de F.R.

Baptismo


Hoje, segunda-feira, 27 de Agosto de 2007, nasce mais um blogue de Língua Portuguesa:
http://www.resmadeesquissos.blogspot.com/

Que seja um lugar inovador, criativo e dinâmico!

Longa vida ao blogue!!