10.4.10

Uma infância vista de cima (2 de 20)

{tenho os bolsos tão cheios
como cheio é o tanque de casa
onde pirralhos saltamos de imaginação}


por vezes penso se sou humano
alguma linha curva na estrada
uma estátua de amores bombardeada
um sol escondido todo o ano.

argumento aos chefes cá de baixo
que o lugar onde me plantaram
é muito fundo e onde acabam
as estórias fechadas num cacho.

se num engano vem a virtude
e aos poucos o lusco-fusco,
então sei de antemão as latitudes
dos corpos sepultados pelo crepúsculo.

{talvez a arte de esquecer a noite
com a pigmentação da alvorada
e não gostar de sair da cama}

1 comentário:

Anónimo disse...

estás na faculdade de letras no dia 19 de maio? gostava muito de te cumprimentar... um beijinho*