1.4.10

Uma infância vista de cima (1 de 20)

{este é um prefácio de espadachim
para as encruzilhadas da minha história}


perguntou-se ao menino
uma conta de multiplicar
e o pobre garoto de ar felino
ripostou que só queria sonhar

colocaram-no na mesa das inquisições
na tentativa de o corrigir
só que ele assobiava canções
de uma esperança que está para vir

encostaram-no entre a espada e a parede
porque os sonhos não são para ser sonhados
mas o valente não se fez à rede
manteve-se hirto e de olhos esbugalhados

fechado no escuro o mantiveram
na tentativa de lhe mudar a vontade
não sabiam o bem que lhe fizeram:
iluminar-se de razão para a posteridade

{ser um poema-criança,
não saber mais que assobiar}

2 comentários:

Graça Pires disse...

Gostei do menino. Contra a corrente. Sem regras. Sem leis: um poeta.
Beijos e uma Páscoa com Amor.

Anónimo disse...

gosto muito desta expressão poema - criança :) um grande beijinho.