14.10.07

Em breve

Em breve os verdejantes prados emergirão da secura,
as ilusões confundir-se-ão no nevoeiro dos sonhos
e nós, escravos das vicissitudes, ganharemos a estrutura
necessária para projectar os futuros risonhos.
As estradas estender-se-ão no vazio do asfalto,
o pingo de suor a escorrer pelo nariz
como quem se atira penosamente do alto
com os músculos faciais a sorrir, feliz.
E as conturbadas irregularidades do caminho
a assinalar o fim da linha
enquanto desespero por regressar ao meu ninho,
sentir a terra que é deveras minha.
Em breve o Oriente me levará a casa,
e, onde agora sou contaminado pelo exagero das multidões
brevemente terei o silêncio do mundo sem farsa,
onde faço parte de todas as comunhões.
Conto pelas inspirações ofegantes quanto me falta para regressar.
Para o ano voltarei.
Para o próximo mês voltarei.
Daqui a uma semana voltarei.
Amanhã voltarei.
Em breve.

F.S.

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