12.6.10

Uma infância vista de cima (10 de 20)

desejei uma confissão
que trouxesse à manhã
uma depuração desmedida
de prédios cheios de andaimes
em que eu subisse ao mais alto
para nos teus ombros repousar.
não me avisou o tempo
das vertigens castiças que carregas,
hoje imagino-te torre de babel
e cá de baixo atiro-te um beijo
que à tua altura não chegará.

{da primeira paixoneta fica
o medo de cair
de subir lá acima
e de não nos lembrarmos
como se voa}


2 comentários:

Graça Pires disse...

Podes ter esquecido, mas na primeira paixão voa-se sempre...
Um abraço.

Anónimo disse...

e a escrever também se voa :) beijinho, fábio.