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Haverá um dia em que eu morra sem conhecer os sulcos do teu corpo
Ou um dia polvilhado de lamúrias pedindo sorrisos
Em que todos as gincanas, por mais profundas e esquivas
Me escondam os rodeios dos teus medos.
Será nos dias que se aproximam, em serenatas surdas e insufladas
das maiores das concordâncias ténues, que eu saberei que haverá um dia
em que eu morra sem conhecer os sulcos do teu corpo
Vestirás a capa sombria que nunca me apagará debaixo da luz
Que carregamos em separado. E os holofotes içados em gruas
Levemente concordam na injúria de nos levar o tempo.
Na claustrofobia das salas onde repousam esqueletos vivos
Falta-me a necessária descrição dos teus carpos pousados sobre os meus ombros
(escafóide, semilunar, piramidal, pisiforme,
trapézio, trapezóide, grande osso, unciforme)
Cabe em nós a maior das hecatombes
Haverá um dia em que deixe de escrever tudo aquilo que não querias
E na impossibilidade de acabar este poema
Resta-me chegar ao último verso,
Fechar a porta entreaberta em surdina
E colocar-lhe um
Fim.
fs
Haverá um dia em que eu morra sem conhecer os sulcos do teu corpo
Ou um dia polvilhado de lamúrias pedindo sorrisos
Em que todos as gincanas, por mais profundas e esquivas
Me escondam os rodeios dos teus medos.
Será nos dias que se aproximam, em serenatas surdas e insufladas
das maiores das concordâncias ténues, que eu saberei que haverá um dia
em que eu morra sem conhecer os sulcos do teu corpo
Vestirás a capa sombria que nunca me apagará debaixo da luz
Que carregamos em separado. E os holofotes içados em gruas
Levemente concordam na injúria de nos levar o tempo.
Na claustrofobia das salas onde repousam esqueletos vivos
Falta-me a necessária descrição dos teus carpos pousados sobre os meus ombros
(escafóide, semilunar, piramidal, pisiforme,
trapézio, trapezóide, grande osso, unciforme)
Cabe em nós a maior das hecatombes
Haverá um dia em que deixe de escrever tudo aquilo que não querias
E na impossibilidade de acabar este poema
Resta-me chegar ao último verso,
Fechar a porta entreaberta em surdina
E colocar-lhe um
Fim.
fs
2 comentários:
Haverá um dia em que o corpo será um rio de palavras para percorrer sulco a sulco. Um belo texto. Beijos.
cabe em mim a admiração.
que reitero.
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