Clarões no quarto
luzem no escuro que trepa pelas paredes,
ofuscam a humidade cinzenta que mancha o estuque liso.
No meu quarto
há madeira poeirenta e inócua
presenciando uma janela para o mundo exterior
que guarda estantes volumosas e simples.
No meu quarto
há livros múltiplos
que se arranham nas prateleiras,
chorando no silêncio.
No meu quarto vivem
corsários negros salvando donzelas,
baleias gigantes habitando os oceanos,
pessoas procurando a identidade
que os lusitanos conquistaram aos deuses.
Vivem bons malandros sorrindo
à mulher em branco que desliza.
No meu quarto vazio habitam multidões.
E eu acomodo-me no meu lugar na estante.
Plácido como uma página por ler.
(o que quer que isto seja)
fs
9 comentários:
nada. nada plácido. ~um belíssimo "corsário" atravessando o deserto das palavras!
.
(que isto é re.deslizante______sobre a margem de um discurso peculiar).
de que gosto. muito.
beijo.
Há dias assim, confusos, principalmente quando saltamos nós para as prateleiras e nos misturamos às épocas, aos cheiros, às gentes…
Gostei.
Abraço.
fui ao piano.
a seta indicava o caminho
vim estrada fora
em boa hora...
somos páginas por ler dos mundos que ainda nos faltam percorrer. As palavras, essas ficam e guardam os sonhos.
abraço
é sempre com todo o prazer.
sério.
pela qualidade de uma escrita.
que quereria ver lida e sentida.
Um beijo.
(imf)
Um belo poema a descrever o (um) quotidiano.
Cumprimentos
"No meu quarto
há livros múltiplos
que se arranham nas prateleiras,
chorando no silêncio".
Gostei desta ideia.
Um abraço.
Belo blog que aqui tem, saber ecrever assim não é para todos, tem de se ter arte nas mãos para fazer algo assim..
Parabéns,
Bom Domingos para si e boas festas,
Nuno de Sousa
Paginas de um livro fechado.
Que se esconde no amontoado de nomes.
Á espera da brecha para aparecer.
Grande abraço (espero ter um dia para falar ctg nas pseudo ferias q me esperam)
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