22.1.10

Leões

Guarda o vento o rugido
dos leões encardidos na praça.
Olham-nos de peito encolhido
as pessoas sem nenhuma graça.

A água que brota num silvo
o néctar das simples aves
que sem saberem são motivo altivo
do mundo novo como torpedo sem grades.

Que estes leões soturnos
são da vida bons alunos,
de espírito e de outra argamassa.

E todos os dias nesta praça
cada vez mais perto da Elsinore do poeta
cada vez mais longe do caminho indicado pela seta.

Assim vamos sendo,
vamos ficando,
vamos andando.
Entre os doces,
no meio das urtigas,
pelo pé que já foi nosso.


1 comentário:

Anónimo disse...

elsinore é que é o caminho :) um grande beijinho!